Tudo sobre tecidos – Parte 3: Usos – Necessaires, carteiras…

No país das maravilhas

Continuando com os últimos posts da série sobre Tecidos do *Quero Aprender a costurar*, agora discutindo um pouquinho os usos dos tecidos com algumas blogueiras e amigas da comunidade do Como Faz no Flickr. A Rachel Matos, consultora de moda com bastante experiência em lingerie já deu suas dicas falando de tecidos para lingerie.

Hoje é a vez da Carol Grilo, da FofysFactory, falando sobre tecidos para necessaires, carteiras, bolsas, forros e afins.

A FofysFactory surgiu da minha experiência com feltro.
Tecido macio, quentinho, que me remete à infância.
Como comecei a usá-lo para fazer ilustrações recortadas, ele foi perfeito.
Fácil de cortar, não desfia como outros tecidos, e está disponivel em muitas cores.

A primeira peça da FofysFactory foi a ‘classic felt bag’, bolsinha quadrada em feltro, com aplicação em feltro e com fechamento em zíper.
A durabilidade do feltro é menor e ele requer um cuidado maior para lavar, ou seja, somente a mão.

Bolsinha de feltro 3

Com o tempo e crescimento da FofysFactory, começamos a produzir mais peças e a introduzir modelos novos.
Também optamos por usar mais a tricoline, tecido em algodão, que dura bem mais, além de certas peças poderem ser lavadas à máquina.
A tricoline é ótima para fazer bolsas maiores, nécessaire. Qualquer modelo se dá bem com o tecido de algodão.
Gosto muito da anarruga, por ter uma texturinha e ser mais encorpada. Acho que dá um acabamento legal para as peças.

Os tecidos de algodão japoneses, muitas vezes parecem um linho. São mais ‘durinhos’ . Gosto muito de usá-los para peças, como o porta-cartões, para dar um efeito mais rígido.
Claro que para tecidos mais moles usamos a entretela, que sempre resolve nesses casos.

Japanese

Certa vez, fiz uma experiência com o soft, tecido super macio.
Ele tem uma durabilidade boa, além de ser super macio ao toque, ideal para peças como almofadas, que fizemos com ele.

Nuvens...

Na FofysFactory quase não utilizamos malhas, apenas para o forro de algumas peças. Ela se comporta bem para esta finalidade. Porém, para lidar com esse material, é essencial ter uma máquina overloque.
Para forros, de vez em quando usamos o failete, que é muito bom para essa finalidade, mas super chatinho de trabalhar, pois desfia muito e ‘trabalha’ ao costurar.

Espero que nossas dicas sejam úteis aos leitores do blog ‘Como faz’.

beijos,
Carol

Legal, né? Adoro as coisas dela :D

Se você não acompanhou a série sobre tecidos, no primeiro post o assunto foi construção, que é o processo usado para fazer tecido. Na segunda semana falamos sobre composição: do que o tecido é feito. Vale a pena conferir!

Veja também:

Tudo sobre tecidos – Parte 3: Usos – Lingerie

Essa semana vou terminar a série sobre Tecidos do *Quero Aprender a costurar*. No primeiro post, o assunto foi construção, que é o processo usado para fazer tecido. Na segunda semana falamos sobre composição: do que o tecido é feito.

Agora discutimos um pouquinho os usos dos tecidos com algumas blogueiras e amigas da comunidade do Como Faz no Flickr. Para começar, chamei a Rachel Matos, que é consultora de moda com bastante experiência em lingerie e me ajudou muito na pesquisa para os posts da série. Aproveitei que ela sabe tudo do assunto e pedi pra ela falar um pouco da escolha de tecidos para roupa íntima.

Gil-Elvgren-Pin-Up-pin-up-girls-5444042-442-600

Lingerie pode não parecer mas é uma parte do vestuário feminino SUPER difícil de fazer! Principalmente os sutiãs que são peças complexas que precisam ter características específicas para cumprir sua função primordial: sustentar os seios. E o tecido usado na peça tem tudo a ver com isso!

É possível confeccionar lingerie com todo tipo de tecido, mas o melhor resultado é em geral usando tecidos que tenham elastano na composição, de pelo menos 5%. Assim as palas dos sutiãs ficam mais elásticas e vestem melhor, proporcionando maior conforto. Os bojos (ou copas) dos sutiãs podem ser de tecido elástico ou não, depende do uso.

Quando os seios são grandes e precisam de sustentação a melhor opção é ter o bojo de tecido SEM elastano, como rendas rígidas, laise de algodão, tecidos bordados, cetim etc. Assim o tecido ajuda a segurar o peso dos seios e também a não sobrecarregar o peso nas alças. Para quem tem seios pequenos ou médios, que não precisam de tanta sustentação, o sutiã pode ser todo de tecido com elastano, como malhas de algodão ou poliamida, bastante confortáveis!

As calcinhas são mais simples e em geral ficam mais confortáveis e bonitas em tecidos com elastano. Tecido sem elastano na parte de trás da calcinha dá aquele efeito de “coador de café”, sabe? Aquela aparência de que tem tecido demais ali! A melhor combinação é usar tecido com elastano na parte de trás e um tecido mais bacana ou trabalhado na frente, como renda, bordado etc.

Pra finalizar, é importante saber que hoje em dia existem tecidos tecnológicos que podem ser usados na confecção de peças íntimas e que NÃO DÃO ALERGIA, ao contrário do que muitos médicos pensam, e se limitam a indicar o uso de peças de algodão. Poliamidas de qualidade trocam calor com o corpo (ou seja, não ensopam com a umidade do calor) e por isso não permitem a proliferação de bactérias.

Rachel Matos
Consultora de Estilo
bloga no sobre casa e decoração no Casinha

Veja também:

Cupcake na casquinha?

Já que o calor fugiu, que tal um sorvete não tão gelado mas tão fofo quanto?

A idéia é simples: casquinha de sorvete, um bolinho, cobertura e confeitos. Adorei!

Veja também:

Bolo de maçã, com canela e aveia

Eu queria um bolinho assim, assim… Um daqueles que você quer comer quentinho, saído do forno, com um cafézinho passado na hora, sabe?

IMG_7751

Aí a minha mãe veio com essa receita:

Bolo de maçã, com canela e aveia
  • 100g de manteiga sem sal
  • 1 xícara de açúcar mascavo
  • 1 xícara de flocos de aveia
  • 1/2 xícara de farinha de trigo
  • 4 ovos
  • 1/2 colher de sopa de canela em pó
  • 1 colher de sopa de fermento
  • 4 maçãs, cortadas em cubinhos

Tempo
2 horas

Dica: Deixe para cortar as maçãs por último, assim elas não escurecem.

Continuar……

Veja também:

Chá verde com açúcar na @fjsp

homemade wagashi 20081025

Ontem fui na Fundação Japão assistir a palestra Chá verde com açúcar - A influência japonesa na confeitaria ocidental, com a chef Cristina Makibuchi. Cristina é a chef da Piquenique, que fornece para a Loja do Chá e para restaurantes como Shintory, Rangetsu of Tokyo e Jun Sakamoto.

Foi muito divertido!

September Wagashi

Cristina estudou confeitaria no Japão e na França e explicou a diferença entre as duas vertentes da confeitaria japonesa: o yogashi e o wagashi:

O yogashi é a confeitaria internacional feita no Japão, ou seja, as técnicas francesas, italianas etc, adaptadas a estética e ao paladar japonês.

Ohmiya Yogashi Ten

O wagashi é a confeitaria tradicional japonesa, que sempre trabalhou muito com doce de feijão, doce de arroz e depois passou a usar também o agar-agar.

Além de acompanhar a cerimônia do chá, os tradicionais docinhos também carregam elementos que representam a cultura nipônica: as formas, os desenhos e o sabor tentam sempre recriar as sensações de cada estação do ano.

Achei esse vídeo que mostra um pouco dos wagashis de cada estação. Está em japonês, mas só de ver as imagens já dá pra identificar.

Ela contou que todas as grandes confeitarias do mundo querem estar em Tóquio, porque esse mercado é super aquecido por lá: os japoneses adoram e gastam muito com doces! A Pierre Herme, por exemplo, tem duas lojas na cidade.

Como acontece com tudo no Japão, apesar deles consumirem loucamente o que vem de fora, os japoneses jamais deixam cair por terra o que é tradicional. A Toraya, que é uma doceria supertradicional e está por toda parte, em Tóquio e em mais 3 cidades japonesas, já abriu lojas nos Estados Unidos e na França.

Outra coisa bem interessante que a chef falou e eu não sabia é que essa coisa de escrever o nome da pessoa no bolo e em plaquinhas de chocolate é super japonês. Eles adoram e personalização é chave na confeitaria por lá.

Ela passou um vídeo muito legal sobre a história do wagashi, com imagens do processo de modelagem etc., mas não achei na internet. Achei esse daqui, que não é tão legal quanto o que vi lá, mas dá pra ter uma idéia:

Ela frisou que o uso de madeira na culinária já foi banido há muito tempo, mas como as forminhas de madeira são elementos tradicionais desse tipo de cozinha japonesa, é permitido.

Como não poderia faltar, também falou-se sobre o uso do matchá, o chá verde. Cristina comentou que o chá verde em pó para confeitaria ainda não é muito fácil de achar no Brasil. Segundo a chef, você pode até usar o chá verde em pó comum, mas não fica exatamente como deveria…

Matcha Castella Cake

O auge da palestra foi a versão nipo-brasileira para o francezinho macaron: ao invés de amêndoas, castanha do pará e no recheio, claro, matchá! Uma delícia! Adorei! A chef contou que levou quase 1 ano para conseguir adaptar as receitas que ela trouxe do Japão, mas pelo que provei, valeu a pena o tempo investido!

Além de dar a receita do pão-de-ló de matchá (que eu vou experimentar em breve e mostrar aqui!), a Cristina também compartilhou algumas dicas bem simples e práticas pro seu bolo ficar fofinho:

  • Não abra o forno: Se não tem aquele cheirinho pela sua cozinha, não está pronto!
  • Não precisa furar o bolo com o palito para saber se está sequinho. Se você der uma apertadinha na parte de cima do bolo, ele afundar e voltar, já está assado.
  • Nem toda receita precisa de fermento. Se a receita for levinha, ela cresce sozinha.
  • Quando tirar a massa da batedeira, use um pão duro e não ´futuque´ ou bata na massa para assentá-la na forma.
  • A função da batedeira é trazer ar pra dentro da massa com os aros, então não faça o ar sair, mexendo a massa sem parar…
  • Forno pré-aquecido: Ajuda o bolo a não solar. Quando você coloca o bolo em um ambiente que já está quentinho, ele começa a assar na hora, por inteiro, sem perder o ar que está na massa.
  • Forma retangular x forma redonda: Para forma retangular, é só preaquecer o forno a 200 graus e assar por 15 minutos. Para forma redonda, asse os primeiros 10 minutos a 200 graus e depois mais 15 minutos a 170 graus.

Siga a Fundação Japão de SP no Twitter para saber das próximas palestras! Elas são grátis.

Veja também: