Tudo sobre tecidos – Parte 3: Usos – Lingerie

Essa semana vou terminar a série sobre Tecidos do *Quero Aprender a costurar*. No primeiro post, o assunto foi construção, que é o processo usado para fazer tecido. Na segunda semana falamos sobre composição: do que o tecido é feito.

Agora discutimos um pouquinho os usos dos tecidos com algumas blogueiras e amigas da comunidade do Como Faz no Flickr. Para começar, chamei a Rachel Matos, que é consultora de moda com bastante experiência em lingerie e me ajudou muito na pesquisa para os posts da série. Aproveitei que ela sabe tudo do assunto e pedi pra ela falar um pouco da escolha de tecidos para roupa íntima.

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Lingerie pode não parecer mas é uma parte do vestuário feminino SUPER difícil de fazer! Principalmente os sutiãs que são peças complexas que precisam ter características específicas para cumprir sua função primordial: sustentar os seios. E o tecido usado na peça tem tudo a ver com isso!

É possível confeccionar lingerie com todo tipo de tecido, mas o melhor resultado é em geral usando tecidos que tenham elastano na composição, de pelo menos 5%. Assim as palas dos sutiãs ficam mais elásticas e vestem melhor, proporcionando maior conforto. Os bojos (ou copas) dos sutiãs podem ser de tecido elástico ou não, depende do uso.

Quando os seios são grandes e precisam de sustentação a melhor opção é ter o bojo de tecido SEM elastano, como rendas rígidas, laise de algodão, tecidos bordados, cetim etc. Assim o tecido ajuda a segurar o peso dos seios e também a não sobrecarregar o peso nas alças. Para quem tem seios pequenos ou médios, que não precisam de tanta sustentação, o sutiã pode ser todo de tecido com elastano, como malhas de algodão ou poliamida, bastante confortáveis!

As calcinhas são mais simples e em geral ficam mais confortáveis e bonitas em tecidos com elastano. Tecido sem elastano na parte de trás da calcinha dá aquele efeito de “coador de café”, sabe? Aquela aparência de que tem tecido demais ali! A melhor combinação é usar tecido com elastano na parte de trás e um tecido mais bacana ou trabalhado na frente, como renda, bordado etc.

Pra finalizar, é importante saber que hoje em dia existem tecidos tecnológicos que podem ser usados na confecção de peças íntimas e que NÃO DÃO ALERGIA, ao contrário do que muitos médicos pensam, e se limitam a indicar o uso de peças de algodão. Poliamidas de qualidade trocam calor com o corpo (ou seja, não ensopam com a umidade do calor) e por isso não permitem a proliferação de bactérias.

Rachel Matos
Consultora de Estilo
bloga no sobre casa e decoração no Casinha

Veja também:

Cupcake na casquinha?

Já que o calor fugiu, que tal um sorvete não tão gelado mas tão fofo quanto?

A idéia é simples: casquinha de sorvete, um bolinho, cobertura e confeitos. Adorei!

Veja também:

Bolo de maçã, com canela e aveia

Eu queria um bolinho assim, assim… Um daqueles que você quer comer quentinho, saído do forno, com um cafézinho passado na hora, sabe?

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Aí a minha mãe veio com essa receita:

Bolo de maçã, com canela e aveia
  • 100g de manteiga sem sal
  • 1 xícara de açúcar mascavo
  • 1 xícara de flocos de aveia
  • 1/2 xícara de farinha de trigo
  • 4 ovos
  • 1/2 colher de sopa de canela em pó
  • 1 colher de sopa de fermento
  • 4 maçãs, cortadas em cubinhos

Tempo
2 horas

Dica: Deixe para cortar as maçãs por último, assim elas não escurecem.

Continuar……

Veja também:

Chá verde com açúcar na @fjsp

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Ontem fui na Fundação Japão assistir a palestra Chá verde com açúcar - A influência japonesa na confeitaria ocidental, com a chef Cristina Makibuchi. Cristina é a chef da Piquenique, que fornece para a Loja do Chá e para restaurantes como Shintory, Rangetsu of Tokyo e Jun Sakamoto.

Foi muito divertido!

September Wagashi

Cristina estudou confeitaria no Japão e na França e explicou a diferença entre as duas vertentes da confeitaria japonesa: o yogashi e o wagashi:

O yogashi é a confeitaria internacional feita no Japão, ou seja, as técnicas francesas, italianas etc, adaptadas a estética e ao paladar japonês.

Ohmiya Yogashi Ten

O wagashi é a confeitaria tradicional japonesa, que sempre trabalhou muito com doce de feijão, doce de arroz e depois passou a usar também o agar-agar.

Além de acompanhar a cerimônia do chá, os tradicionais docinhos também carregam elementos que representam a cultura nipônica: as formas, os desenhos e o sabor tentam sempre recriar as sensações de cada estação do ano.

Achei esse vídeo que mostra um pouco dos wagashis de cada estação. Está em japonês, mas só de ver as imagens já dá pra identificar.

Ela contou que todas as grandes confeitarias do mundo querem estar em Tóquio, porque esse mercado é super aquecido por lá: os japoneses adoram e gastam muito com doces! A Pierre Herme, por exemplo, tem duas lojas na cidade.

Como acontece com tudo no Japão, apesar deles consumirem loucamente o que vem de fora, os japoneses jamais deixam cair por terra o que é tradicional. A Toraya, que é uma doceria supertradicional e está por toda parte, em Tóquio e em mais 3 cidades japonesas, já abriu lojas nos Estados Unidos e na França.

Outra coisa bem interessante que a chef falou e eu não sabia é que essa coisa de escrever o nome da pessoa no bolo e em plaquinhas de chocolate é super japonês. Eles adoram e personalização é chave na confeitaria por lá.

Ela passou um vídeo muito legal sobre a história do wagashi, com imagens do processo de modelagem etc., mas não achei na internet. Achei esse daqui, que não é tão legal quanto o que vi lá, mas dá pra ter uma idéia:

Ela frisou que o uso de madeira na culinária já foi banido há muito tempo, mas como as forminhas de madeira são elementos tradicionais desse tipo de cozinha japonesa, é permitido.

Como não poderia faltar, também falou-se sobre o uso do matchá, o chá verde. Cristina comentou que o chá verde em pó para confeitaria ainda não é muito fácil de achar no Brasil. Segundo a chef, você pode até usar o chá verde em pó comum, mas não fica exatamente como deveria…

Matcha Castella Cake

O auge da palestra foi a versão nipo-brasileira para o francezinho macaron: ao invés de amêndoas, castanha do pará e no recheio, claro, matchá! Uma delícia! Adorei! A chef contou que levou quase 1 ano para conseguir adaptar as receitas que ela trouxe do Japão, mas pelo que provei, valeu a pena o tempo investido!

Além de dar a receita do pão-de-ló de matchá (que eu vou experimentar em breve e mostrar aqui!), a Cristina também compartilhou algumas dicas bem simples e práticas pro seu bolo ficar fofinho:

  • Não abra o forno: Se não tem aquele cheirinho pela sua cozinha, não está pronto!
  • Não precisa furar o bolo com o palito para saber se está sequinho. Se você der uma apertadinha na parte de cima do bolo, ele afundar e voltar, já está assado.
  • Nem toda receita precisa de fermento. Se a receita for levinha, ela cresce sozinha.
  • Quando tirar a massa da batedeira, use um pão duro e não ´futuque´ ou bata na massa para assentá-la na forma.
  • A função da batedeira é trazer ar pra dentro da massa com os aros, então não faça o ar sair, mexendo a massa sem parar…
  • Forno pré-aquecido: Ajuda o bolo a não solar. Quando você coloca o bolo em um ambiente que já está quentinho, ele começa a assar na hora, por inteiro, sem perder o ar que está na massa.
  • Forma retangular x forma redonda: Para forma retangular, é só preaquecer o forno a 200 graus e assar por 15 minutos. Para forma redonda, asse os primeiros 10 minutos a 200 graus e depois mais 15 minutos a 170 graus.

Siga a Fundação Japão de SP no Twitter para saber das próximas palestras! Elas são grátis.

Veja também:

Pequenas relíquias secretas

Pequenas reliquias secretas, escondidas nos tesouros das famílias. Cada uma tem as suas.

As da Família Segredo são muito lindas…

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Na entrada da sala, uma cristaleira mostra ao visitante, assim, logo de cara, que esta é uma casa que preza pelos seus valores e pela sua história.

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Uma família que busca praticar o que aprendeu e que compartilha o amor que existe entre eles com os amigos.

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Para conhecer um pouco mais dos pequenos tesouros da Família Segredo, pode começar lendo o blog do Fernando Segredo. Ele tem um livro também. Eu li e gostei bastante.

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Recomendo.

Veja também:

Tudo sobre tecidos – Parte 2: Composição

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Continuando a série sobre Tecidos do *Quero Aprender a costurar*, neste segundo post o assunto é composição: do que o tecido é feito. No primeiro post, o assunto foi construção, que é o processo usado para fazer tecido. No terceiro, semana que vem, discutimos um pouquinho os usos dos tecidos.

Construção versus composição

É muito comum ouvir alguém se referindo a um tecido pela composição, não é? O algodão, por exemplo. Não adianta muito alguém dizer que precisa de um retalho de algodão, se não especificar se é uma malha de algodão, sarja de algodão, voil de algodão…

A construção é importante para escolher o melhor uso para cada tecido, seja ele de algodão, viscose ou seda. Dependendo da construção, a fibra pode ser mais ou menos resistente. Pense na diferença entre um brim de algodão e um voil de algodão, por exemplo. É tudo algodão, mas os usos não poderiam ser mais diferentes!

Sintéticos e naturais

As fibras naturais são vegetais ou animais e só! As fibras vegetais são as feitas de celulose, como o algodão e o linho. A qualidade do algodão (que tanto se fala!) depende do tamanho e espessura da fibra: quanto maior melhor e mais resistente.

As fibras animais vem do pêlo de animais (todas as peles) e no caso da seda, vem do bicho da seda.

Os tecidos sintéticos são feitos de fibras geradas por processos químicos que utilizam petróleo. O poliéster, o acrílico e o elastano são fios sintéticos. Os nomes dos tecidos, como Supplex, Tactel, Lycra, Nylon, são todos nomes comerciais criados pelas empresas fabricantes de cada fibra. A Lycra não existe como tecido, e sim uma fibra com fio de elastano da marca Lycra. Um exemplo disso é o algodão com Lycra, que mescla fibras de algodão com fios de Lycra, que dão aquele efeito elástico.

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Os tecidos sintéticos também podem ter diferentes tipos de construção: planos, malhas, cetim (tem muito cetim de poliamida por aí!) etc.

A viscose (e as mais modernas, como Liocel, Modal etc) tem origem na celulose, que é natural, mas é uma fibra obtida por um processo químico, o Rayon. Como o Rayon é um processo artificial, eles são considerados tecidos sintéticos, afinal, nenhum deles simplesmente existe naturalmente.

Essa mistura de fibras naturais e sintéticas na composição é muito comum por aí e não existe uma diferença de qualidade entre os dois tipos. Tudo depende do uso, do objetivo e da qualidade dos fios utilizados na construção do tecido. Existem algodões de baixa qualidade, poliamidas de altíssima e vice-versa.

No próximo e último post da série vamos conversar com algumas pessoas sobre seus tecidos preferidos, dicas e indicações. Convidei muita gente legal! :D

Se você também quiser participar do último post contando quais sãos os seus paninhos preferidos e por que, tem um tópico especial pra isso na comunidade do Como Faz no Flickr. Vai lá e escreve dando o seu pitaco!

Para pesquisar mais sobre tecidos:

Dúvidas?? Falei alguma besteira?? Diz aqui nos comentários!

Veja também:

Agosto no Flickr teve de tudo…

Separei aqui algumas das dicas mais bacanas que rolaram no grupo do Como Faz, esse mês…

É só clicar na foto para ir pra página da pessoa que fez e ver as informações, tutoriais e receitas, ok?

Vamos lá:

Tiara revestida da Patricia Artes. Uma amiga minha comprou uma dessas pra filha dela e disse que foi a única que a menina consegue usar. Deve ser bem confortável. Essa é da Patricia Artes.

Cupcakes decorados com rosas de pasta americana, da Dala Chocolates.

CUPCAKES DECORADOS

PAP de Luva de forno ou pega panela, da ki.Lindo.

Pega panela...

Receita de sabão líquido feito com óleo de cozinha reciclado, da Fiori di Sonia.

SABÃO LÍQUIDO COM ÓLEO DE COZINHA RECICLADO!!!

PAP de gola de veludo, da Cuore di Trappo. Passa no Flickr dela pra ver as fotos, o molde e as instruções.

Mais uma idéia,Gola em malha!! segue nas outras fotos o PAP.Mãos a obra!!!

Se você quiser participar do último post sobre tecidos da série *Quero aprender a costurar*, contando quais sãos os seus paninhos preferidos e por que, tem um tópico especial pra isso aqui.

Para participar do grupo do Como Faz você só precisa se cadastrar no Flickr. É grátis e você vai poder colocar suas fotos, fazer perguntas e pedir ou dar um help pras meninas da comunidade.
https://www.flickr.com/groups/comofaz/

Ah, sim! Antes que eu me esqueça: Como Faz no Facebook!

E pra quem é de Twitter, o meu é twitter.com/florfaz!

Veja também:

Pintura Airless

Todo mundo que me segue no Twitter já deve estar de saco cheio de me ouvir falar da reforma, né? :D

Mas não dá gente, reforma é como filhos, assim que você começa, só pensa nisso!

Ontem mesmo tava conversando com um amigo e ele me falou da pintura Airless. Não é o que estou fazendo lá em casa, mas com certeza, da próxima vez que for pintar, vou procurar alguém que faça isso.

Teoricamente, essa pistola de pintura cobre todo tipo de superfície e com qualquer tipo de tinta. O tempo de pintura cai pela metade.

A pergunta é: Se o pintor não forrar tudo muito muito muito muito bem, totalmente vedado e tal, a chance de fazer lambança deve ser astronomicamente maior, né? Imagina, tinta em todos os lugares onde não deve? Tem que confiar MUITO.

Tô em busca de alguém que ja fez isso em casa pra contar como foi a experiência. Se você já fez ou conhece quem fez, escreve pra mim :)

Veja também:

Doceria de sonhos

Já perdi a conta de quantas vezes falei da doceria do filme Antique aqui no blog. Acho que também já falei o quanto eu gostaria de ter um café um dia, né?

Semana passada eu estava dando uma olhada no site wtfshouldidowithmylife.com, que fica dando idéias de coisas pra fazer da vida e te levando para sites e matérias de jornal que mostram como concretizar esses planos. Parei justo na tela que diz You should open a bakery.

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O link leva pra uma matéria bem bacana da NY Mag, que conta a história da Erin McKenna, que depois de descobrir uma alergia sinistra resolveu abrir um café que servisse cupcakes para quem tem restrições alimentares.

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A loja dela chama BabyCakes NYC e é a coisa mais fofa. Além dos lindos bolinhos, ela também edita livros de receitas.

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Mas como nem tudo são confeitos de chocolate nesssa vida, vamos ao fatos:

Quanto custa abrir uma pérola dessas (em Nova Iorque e em dólar)

Seguro fiança = $4,000
Reforma = $28,250
Ingredientes para as primeiras fornadas = $3,000
Louças e panelas = $2,500
Licenças = $255
Total para começar = $38,005

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Aluguel e outras contas = $2,800 por mês
Funcionários = $5,143 por mês
Ingredientes e descartáveis = $3,000 por mês
Seguro = $700 a por mês
Gastos mensais brutos = $11,643

Erin precisa vender 130 cupcakes de $3 pra sair do prejuízo, ou seja, ficar no zero a zero. Medo, hein?

Pra ser um pouco mais otimista, quem investe no ramo de alimentação tem como consolo o fato da profissão de cozinheiro/preparador de alimentos estar na lista dos 20 empregos mais estáveis para esta próxima década, o que significa que comida como negócio também estará estável e em amadurescimento.

E aí? Se animou?

Se você quer parar de sonhar e deixar a sua cidade mais doce e mais bonita, vale a pena conferir no site do SEBRAE a seção especial de Bares e Restaurantes. Lá você pode se informar sobre cursos e outros incentivos para os atuais e futuros empresários do setor de alimentação no Brasil.

Por que você gostaria de se tornar uma confeiteira? :)

Veja também:

Tea Cozy

Essa semana que passou fez tanto frio em São Paulo que eu finalmente descobri pra que serve um Tea Cozy.

Stars Tea Cozy

O Tea Cozy é esse avental de bule! Ele é recheado com insul-bright ou manta acrílica e revestido de tecido. A principal função dele é manter o chaleira quente pro chá não esfriar. Antes dessa onda de frio eu achava que era só uma linda *frescura* gringa pra deixar a cozinha emperequetada!

Outro acessório na linha do Ta Cozy é esse apetrecho de segurar o copo de café. Além de segurar um pouco do calor, ele também impede que você queime a mão.

Tea cozy

Esse “pegador” de chaleira também achei um charme…

tea cozy

Quer fazer um também? Separei alguns tutoriais, mas estão todos em inglês, afinal, aqui só faz esse frio de vez em nunca, né? :)

  • Tea cozy reversível em crochê
  • Tea cozy simples
  • Tea cozy de CORUJA!
  • Tutorial ensinando a calcular o tamnho do tea cozy de acordo com o tamanho da chaleira
  • Veja também: