Tudo sobre agulhas para máquina de costura

Quando fiz o primeiro post da série *Quero aprender a costurar*, o assunto foi agulhas. Falei das agulhas de costura a mão e muita gente me pediu para fazer um sobre agulhas para costura a máquina…

Agulha para máquina é um assunto ainda mais sério: agulha errada pode não só estragar o tecido, mas acabar com a sua máquina de costura!

Não deixe isso acontecer: Lá vamos nós!

A agulha

A agulha para máquina é um pouco mais complexa do que a comum. Vamos disseca-la com carinho:
agulha - parte a parte
Ponta (point) - O tipo de ponta é uma das principais diferenças entre as agulhas disponíveis no mercado.
Buraco ou fundo (eye) - É o buraco por onde o fio passa.
Tronco (shank) - A parte do corpo da agulha que é encaixado na máquina. Tem dois lados: o plano e o abaulado (arredondado)
Concavidade (scarf) - Reentrância por trás da agulha, onde fica o buraco.

A máquina

Não custa nada dar uma olhadinha no manual: a sua máquina usa agulhas especiais? Quais são as agulhas recomendadas pelo fabricante? Siga as instruções e sua máquina funcionará bem sempre.

Agora vamos dar uma olhada em como a agulha “faz seu serviço” na máquina:

- A agulha atravessa o tecido, levando a linha superior (verde, que passa pelo buraco da agulha) até a bobina (que está com a linha azul)

- A linha superior entra na laçadeira (peça vermelha)

- O gancho da laçadeira passa a linha superior por baixo da bobina

- Quando a laçadeira sobe de volta, a linha superior fica presa na linha da bobina (azul)

- A linha superior é puxada de volta pela agulha, trazendo a linha da bobina para cima do tecido, formando o ponto.

Tipos de agulhas

agulha - tipos

Agulhas de ponta normal ou fina (Sharp points, regular ou microtex)
Como é: Tem a ponta levemente afilada.
Serve para: Tecidos planos porque a ponta fina “machuca” menos o tecido
Tamanhos: 9 a 18

Agulhas de ponta universal (Universal point)
Como é: Tem a ponta levemente arredondada.
Serve para: Tecidos planos e malhas, por estar no meio termo entre afilada e arredondada.
Tamanhos: 11 a 14

Agulhas de ponta arredondada (Ball point ou stretch)
Como é: Tem a ponta arredondada. Quanto maior a agulha, mais arredondada.
Serve para: Malhas e tecidos stretch porque ela “escorrega” entre os fios da malha, ao invés de espetar. São ainda mais necessárias em malhas que estragam quando um fio se parte (fio corrido).
Tamanhos: 9 a 16

Agulhas de bordado (Embroidery needles)
Como é: Tem o buraco maior, para passar fios de bordado que são mais grossos.
Serve para: Bordados decorativos. O buraco maior quebra menos a linha.
Tamanhos: 11 a 14

Agulhas de quilting (Betweens)
Como é: Menor do que uma agulha normal, com o buraco pequeno, porém mais forte.
Serve para: A ponta reforçada serve para passar por várias camadas de tecido (quilt sanduíche) e para passar por cima de outras costuras.
Tamanhos: 9 a 12

Agulhas de pesponto (Topstitching)
Como é: O buraco dessa agulha é um pouco maior,
Serve para: Acabamentos pespontados, com um ou dois fios de linha.
Tamanhos: 9 a 14

Agulhas para jeans (Denim)
Como é: A concavidade é mais funda e a ponta é afilada.
Serve para: Tecidos pesados como jeans, lona, vinil e couro sintético. Desenhada para costurar sem pressionar o tecido no buraco da chapa da agulha.
Tamanhos: 9 a 16

Agulhas de ponta facetada (Wedge point ou Leather)
Como é: A ponta da agulha é fina, com as bordas facetadas.
Serve para: Couro e vinil. A ponta facetada é feita para furar o tecido criando um buraco que se fecha sobre ele mesmo quando a agulha sobe novamente.
Tamanhos: 11a 18.

Compare as pontas fina, arredondada e facetada:

agulha - compare1
agulha - compare 2
agulha - compare3

Existem outros tipos de agulhas, mas elas não são comumente usadas em máquinas domésticas.

agulhas - outras

Tamanhos de agulhas

Sabendo o tipo de agulha, a regra básica de tamanho é: tecido mais grosso, agulha maior.

  • Tecidos delicados: Para seda, chiffon, voil, renda e organza, 9 costuma ser a mais indicada.
  • Tecidos leves: Tecidos sintéticos leves, tafetá ou chamois, levam tamanho 11.
  • Tecidos médios: Popeline, linho, musseline, crepe, flanela, malhas, jersey, lã, e tecidos stretch podem usar 14.
  • Tecidos médios a pesados: Para gabardine e tweed, agulhas 16 são mais apropriadas.
  • Tecidos pesados: Jeans, tecidos para estofados e lona usam agulhas 18.

Comprando agulhas

A dica mais importante para comprar agulhas é levar anotado o modelo da sua máquina. Pergunte para o atendente quais são as agulhas para aquela máquina e evite dores de cabeça.

Escolher as mais baratinhas também pode te custar a paciência na hora de costurar, com muito quebra-quebra. Uma agulha de boa qualidade costuma ser suficiente para de 8 a 10 horas de trabalho.

As agulhas podem ser numeradas pelo sistema métrico, que é o europeu ou pelo sistema Singer, que é mais comum nos Estados Unidos. O sistema métrico multiplica o diâmetro da agulha por 100 e o Singer numera cada agulha de forma crescente. A numeração que usei para indicar os tamanhos das agulhas neste post foi o Singer, porque é o que encontramos mais comumente aqui no Brasil, mas se no seu armarinho do coração as agulhas estiverem numeradas pelo sistema Europeu, é só converter:

Metrico / Singer
65 / 9
70 / 10
75 / 11
80 / 12
85 / 13
90 /14
95 /15
100 / 16
105 / 17
110 / 18

Dicas de uso

  • A agulha está cega ou lascada? Troque na hora ou você vai correr o risco dela estragar o tecido e perder peça.
  • Trocar a agulha toda vez que começa um projeto novo também é uma boa prática. As agulhas não são tão caras, então vale a pena tomar esse cuidado.
  • Cheque sempre se a agulha está com a parte reta corretamente encaixada na máquina. Se não estiver, ela vai dar pontos em falso ou não formar o ponto.
  • Agulha torta ou suja: NEM PENSAR!

Ainda com dúvidas? Coloque aqui nos comentários!

Para pesquisar mais sobre agulhas para máquina de costura:

Veja também:

Torta de doce de leite e Faça crescer com Dr. Oetker

Que tal conversar com a sua família sobre sustentabilidade com um cafezinho e uma torta de doce de leite?

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Essa é pra adoçar o bate-papo! :D

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A receita eu recebi do pessoal da Dr. Oetker, como parte do projeto Faça Crescer com Dr. Oetker. Essa campanha tem como objetivo incentivar a preservação do verde e conscientizar as pessoas sobre sustentabilidade do melhor jeito que existe: começando com pequenas ações, dentro de casa. O fermento de 100g vem embalado com um sachê com sementes de uma árvore nativa para você plantar dentro do próprio potinho.

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Achei bem bonitinho: Vem com um encarte falando do projeto e com as instruções pra plantar. No sachezinho, tem algumas informações sobre a árvore também.

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Agora vamos a torta!

Torta de doce de leite e nozes
  • 1 xícara de chá de farinha de trigo
  • ½ xícara de chá de açúcar
  • 3 ovos
  • 2 colheres de chá de fermento químico Dr. Oetker
  • 1 xícara de chá de leite
  • 1 ½ xícara de doce de leite
  • 1 xícara de chá de nozes
  • 1 caixinha de Chantilly Dr. Oetker
  • Confeitos

Tempo
2 horas

Continuar……

Veja também:

Tudo sobre tecidos – Parte 3: Usos – Casa, decoração e patchwork

O *Quero Aprender a costurar*, abriu uma discussão sobre os usos dos tecidos com algumas blogueiras e amigas da comunidade do Como Faz no Flickr.

A Rachel Matos, consultora de moda com bastante experiência em lingerie, já deu suas dicas falando de tecidos para lingerie. A Carol Grilo, da FofysFactory, falou sobre tecidos para necessaires e carteiras, forros e afins. Emy Kuramoto, do Tofu Studio - Design Independente contou a história dela com a costura e com seus paninhos prediletos para bolsas e acessórios.

Hoje você vai conhecer um pouco mais sobre a Ana Matusita, do Ana Sinhana.

A minha paixão por tecidos é muito antiga e veio bem antes de qualquer habilidade mínima com a costura. Como eu cresci vendo minha avó costurar, parte do trabalho era ir “comprar fazenda“, como ela costumava dizer. E fui pegando gosto pelas cores, pelas diferenças de textura, pelos padrões.

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Muitas vezes, comprei tecidos e mandei fazer roupas, que nem sempre ficavam do jeitinho que eu queria. Em parte por conta da habilidade das costureiras mas, em grande medida, por causa do material usadao, já que o caimento depende do tipo de tecido. E isso a gente só aprende com o tempo. Por exemplo: uma saia rodada, do tipo godê, fica melhor feita com tecidos leves, menos encorpados; já calças justas de tecido fino marcam muito e não ficam elegantes.

Do mesmo jeito, os acessórios pra uso pessoal e para a casa pedem por texturas apropriadas. Adoro trabalhar com o algodão, que é fácil de costurar, não deforma facilmente e é resistente, perfeito para patchwork, pois combina bem a maciez e resistência na hora de montar camadas aplicadas ou unidas.

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As toalhas de uso diário pedem tecidos mais grossos e encorpados, já que estão expostas às sujeirinhas e manchas do dia-a-dia e precisam ser levadas frequência. Gosto dos algodões mais encorpados e de largura maior que a tricoline já que, muitas vezes, aparecem grandes mesas para serem cobertas. Porém, nada impede de se usar aquele algodão lindo estampado, desde que a lavagem seja cuidadosa, um ponto importante para preservar o tecido. E, claro, a versatilidade do algodão é muito bem aproveitada em outras peças que levem forro de manta acrílica e verso/ lado interno de outro tecido. Acho legal usar tecidos de boa qualidade também na parte interna e nos avessos, porque faz parte do bom acabamento da produto e usar um tecido inferior compromete a beleza final.

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Para a parte de trás das almofadas de patchwork, por exemplo, gosto de usar sarja de espessura média, lisa e em cores que combinem com a peça. É mais encorpada e confere estrutura, sem ter o toque seco de tecidos muito grossos. Quase nunca utilizo tecidos sintéticos, um pouco pela sensação ao toque (algodão é tão mais macio!) e também pelo estranhamento que me causa usar dois tecidos que causam sensações tão diferentes juntos. Mas já combinei, por exemplo, algodão e seda pura num patchwork e achei que ficou lindo.

Na verdade, acredito que apesar de algumas regrinhas básicas na hora da escolha do tecido para cada criação, vale muito o bom senso que deve levar em conta: uso final do produto, tipo de lavagem (que deve ser indicada na etiqueta da peça) e, claro, a criatividade na hora de pensar a melhor combinação possível do material.

Ana Matusita

“Comprar fazenda”, gente, isso é MUITO vovózinha, né? :) Amei… Deu muita saudade da minha. E adorei a dica de combinar algodão e seda pura em patchwork.

Se você não acompanhou a série sobre tecidos, no primeiro post o assunto foi construção, que é o processo usado para fazer tecido. Na segunda semana falamos sobre composição: do que o tecido é feito.

Fique de olho que ainda tem novidade essa semana!

Veja também:

Tudo sobre tecidos – Parte 3: Usos – Bolsas e acessórios

O *Quero Aprender a costurar*, abriu uma discussão sobre os usos dos tecidos com algumas blogueiras e amigas da comunidade do Como Faz no Flickr.

A Rachel Matos, consultora de moda com bastante experiência em lingerie, já deu suas dicas falando de tecidos para lingerie. A Carol Grilo, da FofysFactory, falou sobre tecidos para necessaires e carteiras, forros e afins.

Hoje a palavra é da Emy Kuramoto, do Tofu Studio - Design Independente. A Emy fala da história dela com a costura e com seus paninhos prediletos.

É normal pensarem que costuro desde sempre, que fui uma daquelas crianças mega-prendadas que costuraram desde que se entendiam por gente, imitando a mãe ou a avó. Mas não, este não foi o meu caso! Comecei a costurar depois de adulta! Antes eu alinhavava alguma coisa aqui, pregava algum botão ali, mas nada que eu levasse muito a sério ou que me afeiçoasse tanto a ponto de largar uma tarde de brincadeira com as amigas. Também não fiz nenhum curso. Tudo foi muito intuitivo e fiz muita engenharia reversa - já desmontei aquela roupa que eu amava e estava velhinha para entender os moldes e os acabamentos, coisa que minha mãe fazia em casa de vez em quando (achava isso fantástico!). Também já quebrei muito a cabeça para entender alguns processos construtivos. A confecção de uma peça depende muito das etapas, que devem ser seguidas criteriosamente para evitar erros e facilitar a montagem. O problema é que para descobrir a ordem destas etapas, é preciso muita paciência, é como montar um quebra-cabeças. Provavelmente uma professora ou um tutorial poderiam ter me ajudado, mas como eu tinha muito mais tempo que hoje (ô tempo bom!), aprendi na marra, observando, tentando e errando muito. Acho que eu estava, digamos, um tanto obcecada por aprender a costurar e passava horas e horas entretida com isso. A maior vantagem de ser auto-didata é que eu aprendi a pensar por mim mesma, aprendi a inventar processos, sem ficar dependente da tutela de algum curso ou apostila. A desvantagem é que você precisa de muito mais tempo e muita dedicação. Mas qualquer processo de aprendizado e válido se funciona para você! O importante mesmo é ter muita vontade e empenho!

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Bom, como o assunto aqui é tecidos, vou contar um pouco da minha experiência na lida com os vulgos paninhos. Vou fazer aqui um grande elogio às fibras naturais, porque, na minha opinião, o homem ainda não conseguiu inventar uma fibra mais eficiente do que aquelas que a natureza nos dá. Se você fizer um vestido de seda sintética (acho que banalizaram o termo “seda”, mas tudo bem) e um de seda de verdade, verá que os 2 vestidos serão completamente diferentes! Para ilustrar, vou colocar nos seguintes termos: imagine um casamento modesto e a festa do Oscar… visualizou? Não, não é que as pessoas mais humildes tenham necessariamente mau gosto e eu não estou desdenhando ninguém, é que os tecidos sintéticos, geralmente, são muito mais baratos e se alastraram pelas lojas de noivas, mas em geral não têm um caimento e um toque tão bacana como os naturais, fora que eles não deixam a pele transpirar. Então se você viu um vestido lindo no Oscar, quer fazer um parecido, mas é beeem exigente, não economize no tecido, porque pode ser uma frustração só e ficar bem diferente da sua referência. Uma organza sintética, por exemplo, não tem nada a ver com uma organza de seda, acreditem. A sintética fica armadinha, não é obediente, enquanto a de seda-seda, cai gentilmente pelo seu corpo formando uma silhueta esguia, esvoaçante, linda! Até os homens percebem bem a diferença: pergunte para um yuppie o que ele acha do nó de uma gravata de seda e verá que a diferença para uma gravata sintética é gritante.

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Aqui no Tofu Studio a maioria dos tecidos são planos (não usamos malhas) e 100% algodão. Usamos muito o tricoline de algodão por ser um material mais versátil e que dispõe de mais cores e estampas no mercado, mas sempre optamos por tecidos com tramas mais fechadas, ou seja, mais fios na composição. Isso confere uma aparência e uma qualidade melhor ao produto final. Uma dica preciosa é estar sempre atento às tonalidades e às padronagens dos tecidos, pois um mesmo tecido do mesmo fabricante pode estar mais claro ou escuro do que aquele que você comprou no mês passado, dependendo do lote. E aquele tecido de poás com falhas na estampa, com algumas bolinhas apagadas? É o fim… Aqui no Brasil infelizmente isso é recorrente (acredito que não há um padrão de qualidade muito sério rolando nas indústrias).

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Também usamos muitos tecidos de algodão pesado (sarjas, brins e lonitas). Eles permitem confeccionar bolsas mais robustas e alças mais firmes, que vão garantir uma durabilidade maior e uma consistência melhor para o produto. É importante lavar os tecidos de algodão antes de usá-los para que eles encolham e não provoquem nenhuma deformação na peça pronta, também é recomendável checar se o tecido solta tinta em excesso, para que não cause manchas em lavagens futuras.

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Outra vantagem dos tecidos de algodão é que eles são mais fáceis de trabalhar. Uma de suas características mais bacanas é que ele permite o vinco (com ferro ou com vincador) e tolera altas temperaturas. Os sintéticos ficam, de novo, devendo nesses quesitos, pois para vincá-los, só com ferro morno e com um tecido de algodão úmido entre o ferro e o tecido a ser vincado. Outra vantagem é que o algodão permite que a pele transpire. Eu não entendia muito bem porque isso ocorre, mas um dia destes vi um documentário da TV a cabo que elucidou bem o assunto. A fibra do algodão é oca e fofa! Ela tem ar no meio da fibra, como se fosse um tubinho. Isso permite que o tecido funcione como um isolante térmico, ou seja, no calor o tecido mantém o corpo fresco e no frio, quente. Genial! Tô pra ver alguma fibra sintética que substitua o algodão… Para quem é curioso e gosta de pesquisar sobre a história dos materiais, como eu, fica a dica do programa Maravilhas Modernas: cotton (é só jogar no youtube). É muito instrutivo!

Emy Kuramoto

Mais duas dicas sobre o Tofu:

1. Não deixe de conferir as fotos do studio. Coisa mais linda o espaço deles.

2. Se você gosta de moda e estilo, o blog da Emy é obrigatório. Muita coisa linda e inspirações.

Adorei ela falar sobre ter começado a costurar depois de adulta. Eu comecei velha, já!

Também quer aprender? Não fica com medo, não. Mete as caras e manda ver :) Você vai se divertir muito, garanto!

Se você não acompanhou a série sobre tecidos, no primeiro post o assunto foi construção, que é o processo usado para fazer tecido. Na segunda semana falamos sobre composição: do que o tecido é feito. Confira!

Veja também:

Tudo sobre tecidos – Parte 3: Usos – Necessaires, carteiras…

No país das maravilhas

Continuando com os últimos posts da série sobre Tecidos do *Quero Aprender a costurar*, agora discutindo um pouquinho os usos dos tecidos com algumas blogueiras e amigas da comunidade do Como Faz no Flickr. A Rachel Matos, consultora de moda com bastante experiência em lingerie já deu suas dicas falando de tecidos para lingerie.

Hoje é a vez da Carol Grilo, da FofysFactory, falando sobre tecidos para necessaires, carteiras, bolsas, forros e afins.

A FofysFactory surgiu da minha experiência com feltro.
Tecido macio, quentinho, que me remete à infância.
Como comecei a usá-lo para fazer ilustrações recortadas, ele foi perfeito.
Fácil de cortar, não desfia como outros tecidos, e está disponivel em muitas cores.

A primeira peça da FofysFactory foi a ‘classic felt bag’, bolsinha quadrada em feltro, com aplicação em feltro e com fechamento em zíper.
A durabilidade do feltro é menor e ele requer um cuidado maior para lavar, ou seja, somente a mão.

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Com o tempo e crescimento da FofysFactory, começamos a produzir mais peças e a introduzir modelos novos.
Também optamos por usar mais a tricoline, tecido em algodão, que dura bem mais, além de certas peças poderem ser lavadas à máquina.
A tricoline é ótima para fazer bolsas maiores, nécessaire. Qualquer modelo se dá bem com o tecido de algodão.
Gosto muito da anarruga, por ter uma texturinha e ser mais encorpada. Acho que dá um acabamento legal para as peças.

Os tecidos de algodão japoneses, muitas vezes parecem um linho. São mais ‘durinhos’ . Gosto muito de usá-los para peças, como o porta-cartões, para dar um efeito mais rígido.
Claro que para tecidos mais moles usamos a entretela, que sempre resolve nesses casos.

Japanese

Certa vez, fiz uma experiência com o soft, tecido super macio.
Ele tem uma durabilidade boa, além de ser super macio ao toque, ideal para peças como almofadas, que fizemos com ele.

Nuvens...

Na FofysFactory quase não utilizamos malhas, apenas para o forro de algumas peças. Ela se comporta bem para esta finalidade. Porém, para lidar com esse material, é essencial ter uma máquina overloque.
Para forros, de vez em quando usamos o failete, que é muito bom para essa finalidade, mas super chatinho de trabalhar, pois desfia muito e ‘trabalha’ ao costurar.

Espero que nossas dicas sejam úteis aos leitores do blog ‘Como faz’.

beijos,
Carol

Legal, né? Adoro as coisas dela :D

Se você não acompanhou a série sobre tecidos, no primeiro post o assunto foi construção, que é o processo usado para fazer tecido. Na segunda semana falamos sobre composição: do que o tecido é feito. Vale a pena conferir!

Veja também:

Tudo sobre tecidos – Parte 3: Usos – Lingerie

Essa semana vou terminar a série sobre Tecidos do *Quero Aprender a costurar*. No primeiro post, o assunto foi construção, que é o processo usado para fazer tecido. Na segunda semana falamos sobre composição: do que o tecido é feito.

Agora discutimos um pouquinho os usos dos tecidos com algumas blogueiras e amigas da comunidade do Como Faz no Flickr. Para começar, chamei a Rachel Matos, que é consultora de moda com bastante experiência em lingerie e me ajudou muito na pesquisa para os posts da série. Aproveitei que ela sabe tudo do assunto e pedi pra ela falar um pouco da escolha de tecidos para roupa íntima.

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Lingerie pode não parecer mas é uma parte do vestuário feminino SUPER difícil de fazer! Principalmente os sutiãs que são peças complexas que precisam ter características específicas para cumprir sua função primordial: sustentar os seios. E o tecido usado na peça tem tudo a ver com isso!

É possível confeccionar lingerie com todo tipo de tecido, mas o melhor resultado é em geral usando tecidos que tenham elastano na composição, de pelo menos 5%. Assim as palas dos sutiãs ficam mais elásticas e vestem melhor, proporcionando maior conforto. Os bojos (ou copas) dos sutiãs podem ser de tecido elástico ou não, depende do uso.

Quando os seios são grandes e precisam de sustentação a melhor opção é ter o bojo de tecido SEM elastano, como rendas rígidas, laise de algodão, tecidos bordados, cetim etc. Assim o tecido ajuda a segurar o peso dos seios e também a não sobrecarregar o peso nas alças. Para quem tem seios pequenos ou médios, que não precisam de tanta sustentação, o sutiã pode ser todo de tecido com elastano, como malhas de algodão ou poliamida, bastante confortáveis!

As calcinhas são mais simples e em geral ficam mais confortáveis e bonitas em tecidos com elastano. Tecido sem elastano na parte de trás da calcinha dá aquele efeito de “coador de café”, sabe? Aquela aparência de que tem tecido demais ali! A melhor combinação é usar tecido com elastano na parte de trás e um tecido mais bacana ou trabalhado na frente, como renda, bordado etc.

Pra finalizar, é importante saber que hoje em dia existem tecidos tecnológicos que podem ser usados na confecção de peças íntimas e que NÃO DÃO ALERGIA, ao contrário do que muitos médicos pensam, e se limitam a indicar o uso de peças de algodão. Poliamidas de qualidade trocam calor com o corpo (ou seja, não ensopam com a umidade do calor) e por isso não permitem a proliferação de bactérias.

Rachel Matos
Consultora de Estilo
bloga no sobre casa e decoração no Casinha

Veja também:

Bolo de maçã, com canela e aveia

Eu queria um bolinho assim, assim… Um daqueles que você quer comer quentinho, saído do forno, com um cafézinho passado na hora, sabe?

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Aí a minha mãe veio com essa receita:

Bolo de maçã, com canela e aveia
  • 100g de manteiga sem sal
  • 1 xícara de açúcar mascavo
  • 1 xícara de flocos de aveia
  • 1/2 xícara de farinha de trigo
  • 4 ovos
  • 1/2 colher de sopa de canela em pó
  • 1 colher de sopa de fermento
  • 4 maçãs, cortadas em cubinhos

Tempo
2 horas

Dica: Deixe para cortar as maçãs por último, assim elas não escurecem.

Continuar……

Veja também:

Tudo sobre tecidos – Parte 2: Composição

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Continuando a série sobre Tecidos do *Quero Aprender a costurar*, neste segundo post o assunto é composição: do que o tecido é feito. No primeiro post, o assunto foi construção, que é o processo usado para fazer tecido. No terceiro, semana que vem, discutimos um pouquinho os usos dos tecidos.

Construção versus composição

É muito comum ouvir alguém se referindo a um tecido pela composição, não é? O algodão, por exemplo. Não adianta muito alguém dizer que precisa de um retalho de algodão, se não especificar se é uma malha de algodão, sarja de algodão, voil de algodão…

A construção é importante para escolher o melhor uso para cada tecido, seja ele de algodão, viscose ou seda. Dependendo da construção, a fibra pode ser mais ou menos resistente. Pense na diferença entre um brim de algodão e um voil de algodão, por exemplo. É tudo algodão, mas os usos não poderiam ser mais diferentes!

Sintéticos e naturais

As fibras naturais são vegetais ou animais e só! As fibras vegetais são as feitas de celulose, como o algodão e o linho. A qualidade do algodão (que tanto se fala!) depende do tamanho e espessura da fibra: quanto maior melhor e mais resistente.

As fibras animais vem do pêlo de animais (todas as peles) e no caso da seda, vem do bicho da seda.

Os tecidos sintéticos são feitos de fibras geradas por processos químicos que utilizam petróleo. O poliéster, o acrílico e o elastano são fios sintéticos. Os nomes dos tecidos, como Supplex, Tactel, Lycra, Nylon, são todos nomes comerciais criados pelas empresas fabricantes de cada fibra. A Lycra não existe como tecido, e sim uma fibra com fio de elastano da marca Lycra. Um exemplo disso é o algodão com Lycra, que mescla fibras de algodão com fios de Lycra, que dão aquele efeito elástico.

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Os tecidos sintéticos também podem ter diferentes tipos de construção: planos, malhas, cetim (tem muito cetim de poliamida por aí!) etc.

A viscose (e as mais modernas, como Liocel, Modal etc) tem origem na celulose, que é natural, mas é uma fibra obtida por um processo químico, o Rayon. Como o Rayon é um processo artificial, eles são considerados tecidos sintéticos, afinal, nenhum deles simplesmente existe naturalmente.

Essa mistura de fibras naturais e sintéticas na composição é muito comum por aí e não existe uma diferença de qualidade entre os dois tipos. Tudo depende do uso, do objetivo e da qualidade dos fios utilizados na construção do tecido. Existem algodões de baixa qualidade, poliamidas de altíssima e vice-versa.

No próximo e último post da série vamos conversar com algumas pessoas sobre seus tecidos preferidos, dicas e indicações. Convidei muita gente legal! :D

Se você também quiser participar do último post contando quais sãos os seus paninhos preferidos e por que, tem um tópico especial pra isso na comunidade do Como Faz no Flickr. Vai lá e escreve dando o seu pitaco!

Para pesquisar mais sobre tecidos:

Dúvidas?? Falei alguma besteira?? Diz aqui nos comentários!

Veja também:

Tudo sobre tecidos – Parte 1: Construção

Tecidos, gente, quem não ama?

Pois então… Tanta coisa pra falar que eu não sabia nem por onde começar. Por fim, vamos fazer o seguinte: Pra organizar todas as informações, vou classificar nossos paninhos por construção, composição e usos.

Neste primeiro post, o assunto é construção. A construção é o processo usado para fazer tecido. No segundo post, o assunto será composição, ou seja, do que ele é feito. Pra terminar, vamos discutir um pouquinho os usos dos tecidos, mas vamos discutir mesmo: quero que cada um dê a sua opinião sobre qual o tecido mais indicado para qual tipo de projeto, ok?

Não vou prometer um por semana, porque seria loucura, mas prometo me engajar na pesquisa e nas entrevistas! :) Palavra de escoteira.

Vamos lá…

Tecido plano - Processo de tecelagem

É feito entrelaçando os fios de da trama e do urdume.

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O processo tem três passos:

1. Abertura da cala: Formar a manta do urdume fazendo duas camadas, uma mais alta e uma mais alta.
2. Inserção da trama: Por baixo da manta do urdume ou por cima da manta do urdume.
3. Batida do pente: Quando o tecelão ou a máquina junta os fios da trama que foi inserida.

A abertura da cala é o que define o ligamento do tecido, ou seja, o ligamento (ou padrão) do tecido é definido acordo com a escolha dos fios que vão estar na camada mais baixa e na camada mais alta do urdume.

Existem alguns ligamentos básicos de tecelagem:

Ligamento tela ou tafetá
É o mais simples. A trama do ligamento tela cruza o urdume passando um fio por cima e um fio por baixo, sucessivamente. Na volta, urdume que estava por cima, fica por baixo. Quanto mais grosso for o fio e quanto mais próximas estiverem as carreiras, mais firme será o material. Entre os tecidos de ligamento tela estão o chiffon, o mousseline, a organza, o shantung e o tafetá.

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Ligamento sarja
O ligamento sarja tem uma repetição mínima de três fios de urdume e de trama, formando uma diagonal.

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O entrelaçamento diagonal é bem mais firme que o ligamento tela. Essa firmeza também deixa o ligamento sarja mais resistente a sujeira, mas torna lavagem mais difícil. Entre os tecidos com ligamento sarja estão o brim, o denim/jeans, a sarja, o tweed e o gabardine. No avesso desses tecidos você vê claramente a diagonal.

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Ligamento cetim
É bem parecido com a sarja, mas costuma ter repetições de cinco a doze fios de urdume e trama. No cetim, a diagonal não é tão visível porque o número de repetições é muito grande. Essas repetições deixam o tecido liso e brilhante. Usam esse tipo de ligamento o cetim, o crepe de seda e o veludo de seda.

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Em cima desses ligamentos básicos também foram criados outros ligamentos, mais complexos. Um deles é o jacquard, que é aquele entrelaçado fio a fio, formando desenhos.

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Malha - Processo de malharia

A malha é feita entrelaçando os fios sempre no mesmo sentido: ou todos na trama ou todos no urdume. O processo de malharia é feito com agulhas e é bem parecido com o tricô.

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Meia-malha
É uma malha bem leve, com a estrutura mais simples do que a malha comum.

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Piquet
O piquet é uma combinação de algodão e poliéster, bem resistente. Ele encolhe pouco e tem uns micro furinhos, que dão uma textura leve e deixam a pele respirar bem.

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Moletom
No moletom, a estrutura de malha é feita com uma espécie de lã, o que faz dele um material bem macio, flanelado dos 2 lados. O entrelaçamento deixa os fios do lado de dentro da malha soltos e, ao passar pela “peluciagem”, eles ficam fofinhos e quentes, porque não deixam o calor do corpo passar pra fora da roupa.

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Ribana
A estrutura da ribana é feita em teares duplos, dando um efeito canelado que deixa a malha bem elástica, maleável e, consequentemente, muito confortável.

tecidos-ribana

Não-tecido - Processo químico, mecânico ou térmico

Os não-tecidos são feitos de fibras presas por processo químico, mecânico ou térmico que gera uma espécie de manta com os filamentos. São chamados de não-tecidos porque não passam por nenhum tipo de tear. O nosso amado feltro, por exemplo, é feito assim.

tecidos-felts

Depois de entrelaçar as fibras em uma máquina, ele passa por um processo químico que deixa todas elas grudadas permanentemente. O TNT também é feito com um processo parecido.

tecidos-TNT

E o que mais tem por aí?

Além do tecido plano, da malha e do não-tecido, ainda temos pele, renda, entre outros, mas acho que estes são os que geram mais dúvidas, mesmo.

Gostou? No próximo post vamos falar sobre a composição dos tecidos.

Para pesquisar mais sobre tecidos:

Dúvidas?? Falei alguma besteira??

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Mini-muffins de cereja e amêndoas

A história foi a seguinte…

A assadeira de mini-muffins estava comprada há meses, mas ainda não tinha me inspirado a fazer nada. Eu precisava fazer uma sobremesa para um almoço na casa de uma amiga. Passei no supermercado e vi as cerejas lá, lindas de morrer, e pensei: “Poxa, eu nunca cozinhei cereja na minha vida…”

Fiquei uns instantes lá pensando e lembrei que eu tinha uma receita guardada em casa. Pronto! Era a minha chance!

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A receita é fácil e agrada bastante. Até aquela outra amiga que não come NADA, comeu, acredita? Servi com sorvete e uma caldinha quente, pra espantar o frio.

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Olha como fica por dentro, bem macia…

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Mini-muffins de cereja e amêndoas
  • 100g de manteiga sem sal
  • 1 xícara de farinha de trigo
  • 1 xícara de açúcar
  • 1 xícara de amêndoas moídas
  • 5 claras
  • 1 colher de chá de bicarbonato
  • 4 colheres de chá de calda ou geléia de cereja ou frutas vermelhas
  • 20 cerejas frescas, com cabinhos

Tempo
2 horas

Continuar……

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